sexta-feira, 29 de junho de 2012

UM MILHÃO DE ANOS ANTES DE CRISTO




One Million Years B.C.


É um filme de aventura e fantasia de 1966 dirigido por Don Chaffey e produzido pelo estúdio Inglês Hammer no Reino Unido. É um remake do filme de 1940. 

O filme é fantasioso na medida em que coloca na mesma época seres humanos e Dinossauros e isso foi o que Levou Ray a um passo remoto e ao seu inicio de carreira quando sua imaginação se incendiava pelo drama e as aventuras da pré-historia.
Os atores de Ray aqui, são as figuras dos Dinossauros que estão em um museu em Berlim hoje em dia, e eram anatomicamente corretas por seus estudos de paleontologia. E por ser um filme de fantasia ele era livre para juntar criaturas de épocas geológicas diferentes. Incluindo humanos que não viveram na terra junto com os Dinossauros. Em uma cena um Pterodátilo tinha que pegar Raquel Welch. Nisso Ray teve que construir uma pequena figura de Raquel Welch para poder animá-la simultaneamente com o Pterodátilo.
As cenas externas foram feitas em Lanzarote e Tenerife nas Ilhas Canárias bem no meio do inverno.
Na gravação ao vivo cavaram um grande buraco na areia, e em um certo momento Raquel Welsh se joga dentro dele para então ela ser substituida pela miniatura.
O Pterodátilo animado agarrava a figura de Raquel Welch e a levava para o céu.
Mesclar seres de épocas distintas era a maravilhosa especialidade de Ray Harryhausen.    
Esse foi um dos últimos filmes que teve animação stop motion feito por Ray Harryhausen, ele só fez mais quatro filmes após esse. E como de costume a animação dos Dinossauros foi feita no seu estúdio pessoal em Londres.

As cenas externas foram feitas em Lanzarote e Tenerife nas Ilhas Canárias bem no meio do inverno.
E como não existem vulcões ativos nas Ilhas Canárias o estúdio teve que construir um de dois metros e as explosões das erupções de lava e os fluxos da lava foram feitos de uma mistura de pasta de papel de parede, aveia, gelo seco e corante vermelho.  
                             
Produzido por: Michael Carreras
Produtor Associado: Ainda Young
Dirigido por: Don Chaffey
Roteiro: Michael Carreras
Musica de Mario Nascimbene
Distribuição Hammer Films Productions
Pais de origem Reino Unido
Ano 1966
Colorido
Duração 105 minutos

Os gigantescos Dinossauros desapareceram a pelo menos 64 milhões de anos antes da data indicada no titulo.
A data do filme pode ter sido a onde pode ter existido o Homo Erectus uma das ramificações de onde se originou o Homen moderno.

Os modelos do Alossauro, do Brontossauro, os Pterodátilos, o Archelon e a figura em miniatura de Rachel Welch ainda existem.



quinta-feira, 28 de junho de 2012

OS PRIMEIROS HOMENS NA LUA



FIRST MEN IN THE MOON

É um filme de aventura e ficção cientifica do ano de 1964 dirigido por Nathan Juran. E é uma adaptação do livro Os Primeiros Homens na Lua do autor Inglês HG Wells.

Em fim Ray conseguiu filmar uma historia de H.G. Wells e não ouve atualização do livro de Wells pois a esfera espacial e a tecnologia tinham um ar vitoriano da mesma forma que Wells imaginou quando escreveu o livro em 1901.
O livro conta a historia de uma viagem a lua realizada pelos dois protagonistas, um empresário chamado Bedford que narra todos os acontecimentos e um cientista excêntrico chamado Cavor. Os dois descobrem que a lua é habitada por uma sofisticada civilização extraterrestre de criaturas com aparência de insetos que eles chamam de Selenitas.
E a única coisa que Ray fez foi colocar uma mulher como interesse romântico para um dos tripulantes, pois achou que o filme precisava de algum interesse feminino para acompanhar os dois homens. Ray disse que o titulo do filme deveria ser Os Primeiros Homens e uma Mulher na Lua.
Os habitantes da lua correspondiam fielmente a sua descrição, pois H.G. Wells dava a entender que se tratavam de homens formiga que desenvolveram inteligência e sabedoria muito antes do homem.
Foi por esses elementos que Ray desenhou os habitantes da lua iguais a formigas, uma comunidade de formigas com inteligência.
Wells também descreveu as criaturas das quais as formigas se alimentavam. Eles criavam as criaturas gigantes como os humanos criavam gado para se alimentar.

Algumas seqüências do filme ficaram de fora e mostrariam a galeria de hibernação dos Selenitas e uma galeria de incubação para os mooncalves, as lagartas e uma mariposa gigante.

Todos se lembram dos esqueletos de Simbad e a Princesa e de Jasão e os Argonautas, mas poucos se lembram do esqueleto de Martha Hyer na câmara de raio-X dos Selenitas. E esse esqueleto foi um dos usados em Jasão.
A enorme escada em que Cavor sobe para se encontrar com o líder dos Selenitas foi inspirada no filme She de 1935, quando é mostrado a rainha no topo da escada aparecer de uma parede de névoa.  

O ator Lionel Jeffries foi o Professor Cavor chefe da expedição.
Os homens da lua estudaram os forasteiros com um tipo de super raio-X. Ray não imaginou Jeffries em seus desenhos, mas o ator conseguiu captar o idealismo aventureiro de uma época mais inocente.

Foi o ultimo filme em que Fred Harryhausen pai de Ray fez as armaduras, ele morreu logo depois de entregá-las a Ray.
Frank Wells o filho de H.G.Wells chegou a visitar o estúdio e viu as filmagens. Ele ficou feliz pelo filme ser inspirado no livro de seu pai.



Dirigido por Nathan Juran
Produzido por Charles H. Schneer
Roteiro de Nigel Kneale
Musica de Laurie Johnson
Distribuição Columbia Pictures
Lançado em 20 de Novembro de 1964
Duração 103 minutos
Colorido

Filmado em Dynamation o milagre na tela.

Quatro modelos pequenos dos Selenitas, três maiores, o Grande Lunar líder dos Selenitas e a miniatura da esfera Cavor ainda existem.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

PELE E OSSO ( não realizado)

SKIN AND BONE
Existe apenas um desenho feito por Ray de um esqueleto sentado na cama e assustando uma senhora na cama ao lado. Era para ter sido um filme baseado em um romance de 1936 escrito por Thorne Smith sobre um fotografo que inventa um composto químico que o torna invisível.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

JASÃO E O VELO DE OURO



JASÃO E OS ARGONAUTAS  (Jason and the Argonauts)


É um filme de fantasia distribuído pela Columbia Pictures em 1963. Conta a historia do herói mítico grego Jasão que faz uma viagem em busca do Velocino de Ouro.
O filme é o mais lembrado de todos e considerado o melhor filme de Ray por causa de suas criaturas e particularmente pela luta com os esqueletos, todos feitos por animação stop motion.


Ray pensou em adaptar uma historia de mitologia Grega ou Romana no inicio de 1950, mas só começou a desenvolver idéias para esse projeto quando estava filmando a ação ao vivo para A Ilha Misteriosa.
Jasão e os Argonautas é o favorito, pois foi o melhor filme que já fizeram, e tendo seguências extremamente criativas. Tem a hidra de 7 cabeças e os esqueletos que saem do chão. Sequências que não da para se esquecer. São cenas memoráveis.
A figura monstruosa de Talos é apenas uma das maravilhas do filme, pois na historia original de Jasão e os Argonautas tinha um personagem chamado Talos que não era tão grande como descrito no filme. O verdadeiro media 2,5 metros.
Mas ao começar a desenhar Ray achou que seria mais perigoso se Talos fosse tão grande quanto o Colosso de Rodes. E também era uma grande chance de combinar o Colosso de Rodes com um homem de metal pois seus movimentos deviam ser rígidos pois era feito de metal.
Ray colocou o som de estalos e rangidos metálicos para as articulações para dar a impressão de que ao se esfregarem davam um som estranho.
E de tão espetacular que era, criar Talos foi bem simples em comparação a Hidra que guarda o velo de ouro. É fácil imaginar um monstro de 7 cabeças, mas animar era muito mais difícil.
A Hidra de 7 cabeças foi baseada em pinturas de vasos clássicos, mas ao desenhar Ray fez varias mudanças pois teve a idéia de torná-la uma serpente com uma cauda distinta como uma língua bifurcada de serpente e as sete cabeças foram feitas para lembrar um Dinossauro com bico curvo de um pássaro.
Todd Armstrong que fez o papel de Jasão fez a parte fácil pois ele só tinha que matar o monstro. Já Ray teve que dar vida a ela de maneira convincente com as cabeças se movendo juntas de maneira ameaçadora.
Ray disse que teve momentos que ele se arrependeu em ter criado a Hidra para o filme pois no processo de animar criou muitos problemas que ele não previa.
Primeiro: se o chamassem enquanto ele estava animando ele acabava se esquecendo qual das cabeças se movia para frente ou para trás e se outra ia para acima ou para baixo e a mesma coisa com as outras cabeças. Era uma verdadeira confusão.
Ray sempre trabalhava sozinho, fazia a animação sem ajuda. Ele trabalhava a noite no estúdio para assegurar que a luz fosse constante pois se ela variasse suas cores não corresponderiam a imagem real.
Mas a obra prima de Ray, sua seguência mais famosa é a ressurreição dos mortos em Jasão. Ray diz que os esqueletos são seus melhores amigos e fazer 7 deles foi um belo desafio. Ele hesitou em desenvolver a idéia, pois o que ele desenhou deveria sair na tela.
É uma jogada de vendedor e Ray procurava não desenhar coisas irrealizáveis.
Cada um dos esqueletos tem 5 apêndices e sete vezes cinco são 35. assim se tiver 7 esqueletos terá que fazer 35 movimentos para cada quadro.
Isso significa que se os 7 esqueletos aparecem na mesma cena Ray só podia fazer uma media de 13 quadros por dia. Isso é o que vale pouco mais de meio segundo de filme.
Ray trabalhou na animação dessa seguência por 4 meses e meio. Mas antes disso a ação real com os atores foi cuidadosamente planejada.
Os dubles ensaiavam com os atores e uma vez memorizado os movimentos os dubles saiam e os atores atacavam inimigos que não estavam vendo ate que o filme esteja terminado.


O filme foi um fracasso de bilheteria quando foi lançado pela primeira vez, mas hoje em dia se tornou e é considerado um clássico dos grandes filmes de fantasia.


Produtor: Charles H. Schneer
Diretor: Don Chaffey
Roteiro: Jan Read/ Beverley Cross
Editor: Maurice Rootes
Musica: Bernard Herrmann
Estrelando Todd Armstronn, Nancy Kovack, Honor Blackman e Gary Raymond
Distribuido pela Columbia Pictures
Lançado em 19 de Junho de 1963
Colorido.
Duração 104 minutos.


Os sete esqueletos (sendo que um deles esta faltando uma perna), a Hidra, Talos e uma das Harpias ainda existem. E recentemente foi encontrado as armaduras maiores da mão e do pé de Talos. 



domingo, 24 de junho de 2012

A ILHA MISTERIOSA



MYSTERIOUS ISLAND

É um filme de 1961 lançado pela Morningside Productions. Foi produzido por Charles H. Schneer e Ray Harryhausen e distribuído pela Columbia Pictures.
E como todas as outras produções clássicas foi uma vitrine para mostrar o talento de Ray Harryhausen na animação stop motion.
O livro no qual o filme foi baseado foi uma seguência de dois livros de Jules Verne, Vinte Mil Léguas Submarinas e Em Busca dos Náufragos. O ultimo deles apresentava um personagem chamado Tom Ayrton que não aparece, mas é referenciado nesse filme.
E a única ligação é a presença do Capitão Nemo e o seu Submarino Nautilus.

Charles Schneer descobriu que o livro mais lido nas bibliotecas americanas era a Ilha Misteriosa de Julio Verne. E ao lado de outros escritores como HG Wells e Ray Bradbury era o autor favorito de Ray Harryhausen.
Isso foi o que fez Crarles e Ray fazerem o filme, e como a maioria dos seus filmes, era um relato de uma viagem heróica. E nesse caso em um veiculo estranho e frágil.
Mantiveram a idéia da fuga ser em um balão durante a Guerra Civil pois acharam que seria uma cena inicial muito emocionante.
Ray disse que a musica de Bernard Herrmann nessa seguência foi impactante no seu dinamismo. 
A historia que foi entregue a eles HOW TO SURVIVE ON A DESERT ISLAND correspondia ao conceito original de Julio Verne.
Mas Ray achou que podia melhorar para que fosse algo mais que um filme baseado em sobrevivência incorporando na historia algumas criaturas estranhas. Assim Ray criou uma serie de criaturas que foram criadas pelo Capitão Nemo, o herói de 20 mil léguas submarinas. Criados com a esperança de que servissem para alimentar um mundo super povoado. Eram maiores e mais perigosos que os animais normais.

Ray e Charles encontraram um caranguejo na peixaria da Harrod’s. mas não queriam cozinhá-lo para que não ficasse vermelho. Então o levaram para o Museu de Historia Natural de Londres e entregaram a uma senhora que trabalhava no museu para que fosse sacrificado sem dor. Ele foi destrinchado e suas partes foram entregues a Ray que projetou e fez uma armação adequada para caber dentro da casca do caranguejo para as filmagens da animação. Ele foi fixado a mesa de animação atravez de fios e foi suportado por uma antena cinta com fios.      
Quando rodavam as cenas em close-up da minúscula área da boca do caranguejo que tem uma espécie de garra e muitos pelos vibrando foram usados 4 caranguejos vivos que eram chamados de os comedores.
Mas a criatura mais espetacular era um enorme pássaro que as pessoas achavam que era um tipo de ave domestica, Ray fez a criatura se baseando em um pássaro pré-histórico.
O compositor Bernard Herrmann soube disso e ao olhar a imagem ele disse para Ray que a musica era para um peru em um palheiro.

Na sequência da cena da abelha o casal é fechado na colméia dentro de um favo. Ray teve que rodar de trás para frente pois ele teve que destruir gradualmente ate conseguir que a abelha abrisse o favo. E ao passar o filme de trás para frente parecia que ele estava fechando.

Dirigido por Cy Endfield
Baseado no livro de Jules Verne
Roteiro de John Prebble, Daniel B. Ullman e Guindaste Wilbur
Estrelando Michael Craig, Joan Greenwood, Michael Callan, Gary Merrill, Herbert Lom e Dan Jackson
Musica de Bernard Herrmann
Distribuição Columbia Pictures.
Lançado em 20 de dezembro de 1961
Colorido.
Duração 101 minutos.
Filmado em Super Dynamation
Credito na tela principal: efeitos especiais visuais criados por Ray Harryhausen

O caranguejo, a abelha e o Nautilóide Cefalópode ainda existem, embora o Cefalópode tenha ficado sem a sua concha que foi perdida, pois Ray deixou para trás no Studio Shepperton quando ele terminou a animação.



PROJETOS NÃO REALIZADOS 3

TARZAN E OS HOMENS FORMIGA  (Não realizado)

Esse titulo que seria um filme de fantasia com Tarzan, foi planejado por Ray e Charles para se feito após a conclusão de As Viagens de Gulliver, mas foi abandonado devido as dificuldades para obter direitos sobre a franquia de Tarzan.


1961

ALIMENTO DOS DEUSES (não realizado)

Apenas um desenho foi feito de uma galinha elevando-se sobre uma casa.






AS VIAGENS DE GULLIVER



OS TRES MUNDOS DE GULLIVER  (The 3 Worlds of Gulliver)

É um filme de fantasia distribuído pela Columbia Pictures baseado no romance de mesmo nome escrito no século 18 por Jonathan Swift.
Foi adaptado livremente para mostrar as seguências de animação stop motion em Dynamation feitos por Harryhausen que inclui um curioso esquilo e a luta de Gulliver contra um Jacaré. 
O filme foi lançado em 16 de dezembro de 1960 e é estrelado por Kerwin Mathews fazendo o personagem titulo, June Thorburn como Elizabeth a noiva de Gulliver, e a atriz mirim Sherry Alberoni como Glumdalchitch.
Ray amava as escalas e os grandes contrastes, pois podiam ser encantadores e também aterradores como ele mostrou em As Viagens de Gulliver.
O filme foi uma massa de efeitos visuais criados por Harryhausen que incluem vários tipos de ilusão de ótica com uma fotografia de perspectiva forçada de imagem, uma técnica que usa a distancia dos objetos para criar efeitos incríveis, e mais de 300 mascaras.
Esse foi o primeiro filme feito inteiramente na Europa com os efeitos sendo feitos no Reino Unido.


Direção Jack Sher
Produzido por Charles H. Schneer
Escrito por Arthur Ross, Jack Sher e Jonathan Swift
Musica de Bernard Herrmann
Distribuição Columbia Pictures
Lançado em 16 de Dezembro de 1960
Duração 100 minutos
Pais de origem EUA
Filmado em Super Dynamation





Só o esquilo e uma copia de borracha do jacaré ainda existem.


SIMBAD E A PRINCESA


The 7th Voyage of Sinbad  (A 7th Viagem de Simbad)

É um filme de fantasia de 1958 produzido por Charles H. Schneer, dirigido por Nathan H. Juran e lançado pela Columbia Pictures.
Foi o primeiro dos três filmes de Simbad feitos pela Columbia Pictures que foram desenvolvidos na concepção visual e animados por Ray Harryhausen.
Foi filmado com uma técnica especial de animação stop motion chamado de Dynamation o novo milagre na tela.

Ray e Charles se cansaram de fazer filmes de destruição que eram populares nos anos de 1950, e resolveram seguir um caminho diferente, o caminho da ação, do suspense e da imaginação.
Um caminho iluminado pelos desenhos que Harryhausen fez para ilustrar sua idéia de um filme sobre Simbad o legendário marinheiro árabe.

Foi Ray que teve a idéia de usar as Mil e Uma Noites como um meio para usar a animação stop motion. Foi ele que escreveu um pequeno resumo da historia que ele chamava de Simbad o Marinheiro e fez vários desenhos inclusive a luta com o esqueleto na escadaria em espiral. Ele tinha esses desenhos dês de 1953, quatro anos antes de começarem a produção.

A idéia de Simbad e a Princesa seguiu anos depois de O Poderoso Joe. Ray queria encontrar outras perspectivas e criou 8 grandes esquetes baseados nas aventuras de Simbad. Pois sentia que ele personificava a aventura.
Quando Charles viu os desenhos ficou totalmente pasmado, pois eram mais que o suficiente para mostrar e vender ao distribuidor.
Foi o primeiro filme colorido que eles fizeram e foi o primeiro experimento de Ray com sua marca registrada, o esqueleto vivo.


O esqueleto foi a inspiração para criar uma aventura de Simbad quando Ray começou a desenhar.
E foi no castelo de Sokurah que Ray achou que poderia usar o esqueleto, pois o mago Sokurah podia mover objetos inanimados graças a sua magia negra.
Kerwin Mathews e Kathryn Grant protagonizaram Simbad e a Princesa, mas foi a criatividade de Ray em sua animação stop motion que fez o filme ser um dos grandes sucessos de 1958.
E influenciou uma nova geração de criadores de efeitos especiais que o consideram como um dos filmes mais importantes de sua época.
Ray disse que Mathews que interpretou Simbad foi um mestre da ilusão, pois conseguiu lutar com uma criatura imaginaria. O esqueleto só foi inserido no filme meses depois de acabarem as filmagens.

Cinco cenas do filme foram descartadas e acabaram não sendo filmadas. A primeira era que Simbad e a princesa Parisa são perseguidos por ratos gigantes criados pelo maligno feiticeiro Sokura.
A segunda cena mostrava Simbad e seus Homens sendo atacados por morcegos demoníacos., a terceira cena mostraria mulheres com caudas de peixe, sereias. a quarta cena mostraria uma serpente gigante que atacaria os marinheiros em uma árvore e a quinta cena seria o clímax do filme e mostraria uma luta entre dois Ciclopes. Mas no entanto a versão final o clímax, ficou com uma luta entre o Ciclope e um Dragão.



Na mitologia clássica há muitos ciclopes, mas nunca teve um tão grande. Ray fez ele gigante para que parecesse ameaçador. E isso funcionou muito bem inclusive ao ter que enfrentar o Dragão.

Ray fez o Ciclope com um chifre, pernas de bode e cascos, tendo como base uma idéia do conceito do Deus grego Pan. Ele desenvolveu muito bem o visual da criatura, como o tronco, peito, braços a postura e o estilo de movimento.
A armação que ele usou para fazer o corpo do Ciclope é a mesma armação do Ymir de 20 milhões de milhas da terra, ele usou a mesma armação nas duas criaturas.
O Ciclope é o personagem mais popular do filme, mas o personagem favorito de Ray é a mulher cobra que é a combinação da empregada da princesa Parisa, Sadi com uma cobra.

Ray Harryhausen demorou 11 meses para concluir as seguências de animação para o filme.
O modelo do Dragão era bem grande e muito difícil de animar, a luta do Ciclope e o Dragão levou de duas a três semanas para Ray finalizar a animação.



Era para que o Dragão quando respirasse soltasse fogo de sua boca, mas o custo dessa seguência teria sido muito auto.
As cenas em que o Dragão cuspia fogo Ray usou um lança-chamas e filmou a noite atirando o fogo contra o céu, as chamas chegavam a 30 a 40 pés de altura.
Depois ele fazia uma sobreposição de imagem colocando as chamas perto da boca do Dragão. 
A cena da luta de espadas entre Simbad e o Esqueleto ficou tão famosa e popular que Ray acabou recriando essa cena de um jeito mais aprimorado fazendo um exercito de Esqueletos armados para lutarem contra o herói Grego Jasão e seus amigos em Jasão e os Argonautas em 1963.  

A musica do filme foi composta pelo falecido Bernard Herrmann, que é bem conhecido por colaborar com o diretor Alfred Hitchcock.
Herrmann compôs mais três musicas para outros filme de Harryhausen, A Ilha Misteriosa, Os Três Mundos de Gulliver e Jasão e os Argonautas. Ray considera a trilha sonora de Simbad e a Princesa como sendo a melhor de todos.


Ray considerava Willis O’Brien como seu mentor, e logo depois os jovens artistas da animação e efeitos especiais o considerariam ele assim também. 


A Armadura do Ciclope ainda existe apesar de antes estar faltando uma perna (mas a perna que faltava foi encontrada e restaurado), já o Dragão foi encontrado só o crânio de madeira em cima de uma prateleiras na garagem de Ray, o pássaro Roca e o seu filhote todos ainda existem.

Dirigido por Nathan H. Juran
Produzido por Charles H. Schneer e Ray Harryhausen
Escrito por Kenneth Kold
Estrelando Kerwin Mathews, Torin Thatcher, Kathryn Grant, Richard Eyer e Alec Mango
Musica de Bernard Herrmann
Edição Roy Watts
Distribuição Columbia Pictures
Lançamento 23 de Dezembro de 1958 nos Estados Unidos
Duração 88 minutos
Orçado em 650 mil dólares
Efeitos especiais visuais feitos por Ray Harryhausen

Os sonhos de Ray iam cada vez mais longe e quando era jovem queria fazer a historia de David e Golias.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

CHARLES H. SCHNEER



Foi um produtor de cinema que ficou mais conhecido por ter trabalhado com o pioneiro dos efeitos especiais Ray Harryhausen.
Ele nasceu em Norfolk Virginia em 05 de Maio de 1920, era filho de um Joalheiro, sua família se mudou para Mount Vernon estado de Nova York na década de 1930, onde conheceu sua esposa Shirley Sussman em um baile do colégio.
Após se graduar na Universidade de Columbia em 1940 serviu no Exercito dos Estados Unidos na Unidade de Sinal Fotográfico trabalhando em filmes de treinamento.
Logo após a Guerra ele se mudou para Hollywood, e trabalhou em um curto período de tempo na Universal pictures antes de se juntar com a Columbia Pictures.
Tempos depois de entrar para a Columbia Pictures ele foi apresentado a Ray Harryhausen por um amigo em comum dos seus tempos de Exercito.

Charles contou a Ray que tinha uma historia de um polvo gigante que atacava São Francisco, e queria que ele fizesse os efeitos especiais para esse filme, mas Ray não tinha certeza se valeria a pena trabalhar em mais uma produção de um filme de monstro.
Tempos depois Ray foi convencido por Charles e cedeu quando pensou que seria um desafio bem interessante destruir a Ponte Golden Gate mesmo que fosse só em miniatura. E concordou em fazer todos os efeitos especiais e a animação. Essa decisão foi decisiva na sua carreira.
Assim começou uma grande parceria e a partir daquele momento Charles ficou convencido do talento de Ray e se tornou seu mais fiel apoiador e seu produtor regular.
A relação entre Ray e Charles durou mais de 25 anos e mais de 12 filmes de fantasia.
Juntos eles fizeram O Monstro do Mar Revolto em 1955.
No ano seguinte os dois fizeram o filme Terra contra os Discos Voadores e em 1957 fizeram 20 Milhões de Milhas da Terra, produzido pela nova Produtora de Schneer a Morningside Productions.



Graças a Charles, Ray teve todas as oportunidades para desenvolver seus projetos em todos os componentes artísticos como por exemplo a produção baseada nos seus desenhos de Simbad e a Princesa que acabou sendo seu primeiro grande sucesso.
Charles ofereceu a Ray toda a liberdade para criar e lhe deu total segurança para sua capacidade de obter financiamento para a realização de suas obras, pois sem ele teria sido difícil para Ray obter os apoios necessários pois os filmes eram contra os gostos atuais da época.
Assim produziu filmes que hoje são vistos como Clássicos, e esses filmes são Simbad e a Princesa (1958), As Viagens de Gulliver (1960), Jasão e os Argonautas (1963), O Vale do Gwangi (1969), A Nova Viagem de Simbad (1974), Simbad Contra o Olho do Tigre (1977) e Furia de Titãs (1981) seu ultimo filme com Harryhausen.

Schneer tambem produziu Hellcats of the Navy em 1957 o único filme estrelado por Ronald Reagan que interpretou o capitão de um submarino e Nancy Davis (Nancy Reagan) como uma enfermeira. Único filme que o casal atuou junto.
E a versão cinematografica do musical Half a Sixpence em1967, estrelado por Tommy Steele.


Charles H. Schneer era um homem desconhecido para o publico em geral, mas o publico não pode ficar sem saber que sem ele muitos filmes de Ray Harryhausen que marcaram para sempre a historia do cinema não existiriam.
Charles morreu em Boca Raton, Florida, no dia 21 de Janeiro de 2009 aos 88 anos de idade.



Charles H. Schneer e Ray Harryhausen
 
 
Charles e Ray nas filmagens de A Nova Viagem de Simbad (1973)
 

Ray e Charles nos bastidores de Simbad contra o Olho do Tigre (1977)



 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

20 MILHÕES DE MILHAS DA TERRA



20 Million  Miles To Earth

É um filme de ficção cientifica de 1957 baseado em uma historia de Charlotte Knight com roteiro de Christopher Knopf e Bob Willians. Foi produzido por Charles H. Schneer e distribuído pela Columbia Pictures. Foi dirigido por Nathan H. Juran que apresentou no filme um novo processo de movimentação entre as miniaturas animadas e as pessoas reais. Esse processo criado por Ray Harryhausen ficou conhecido como sistema Dynamation, que permitia inserir a ação dos atores atrás e na frente da criatura e não dando mais a impressão artificial de filmagem sobreposta quando apresentada na tela Grande.
E como acontece com vários outros filmes produzidos por Charles H. Schneer, esse foi desenvolvido para mostrar o talento de Ray Harryhausen na animação stop motion.

Roma foi escolhida para ser rodado o filme por que Ray queria conhecer a Itália e queria passar umas férias lá.
Ele mudou o local da historia de O Ciclope que ele tinha escrito com Charlotte Knight que se passava em Chicago e mudou a ação para a Itália.
O filme teve o titulo provisório de O Gigante Ymir e também foi lançado como The Beast From Space, mas acabou sendo intitulado como 20 Milhões de Milhas da Terra.
E acabou que na versão de lançamento em nenhum momento do filme ninguém se refere à criatura pelo nome de Ymir.

Charles H. Schneer queria que o filme fosse a cores, mas Ray insistiu para fazer em preto e branco, pois a Kodak tinha acabado de lançar um filme de 35mm que eliminaria o problema de grãos quando a imagem traseira é re-fotografada.
Nisso Ray teve seu desejo atendido, mas esse foi o ultimo filme que fez em preto e branco.
Ray queria que na verdade o filme fosse a cores, mas na época não foi dado ao cineasta um orçamento grande o suficiente para fazer um filme colorido.

Ray queria uma criatura humanóide. A experiência que teve em O Poderoso Joe, fez com que Ray ficasse pensando que poderia se superar.
Ele não queria que o personagem fosse um homem.
A criatura foi tirada do seu planeta natal e trazido a Terra para um ambiente estranho para ele.

Ray projetou e construiu duas armações, uma de vinte polegadas e outra menor do modelo do Ymir.
Hoje Infelizmente o Ymir original não existe mais, pois foi desmontado e suas peças foram usadas para fazer outras criaturas, mas Ray fez copias exatas da criatura.
O poste de luz que Ymir agarra e quebra em Roma, e que também estava perdido foi encontrado.

O nascimento do Ymir saindo do ovo talvez seja um dos momentos mais tocantes que em qualquer um dos outros filmes de Ray, pois a criatura esta no seu ponto mais vulnerável nesse momento.
Quando o animal nasce e esfrega os olhos você sente compaixão por ele. É um ator animado e Ray queria que Ymir fosse simpático. Mas duas coisas transformaram o Ymir inofensivo em uma ameaça.
A hostilidade dos Terráqueos contra ele e um curioso vicio em enxofre acelerou seu crescimento e exacerbou seu temperamento. Ele não era muito agressivo ate que o cão e o fazendeiro fossem agressivos com ele.
O que acaba fazendo por fim ele se tornar bem malvado, pois o homem o tortura e o atormenta. Ele era uma pobre alma desamparada longe do seu lar.
E no final acabou em Roma em cima do Coliseu. A cena foi uma influencia do King Kong em cima do Empire State Building.
Ray achou que seria um final espetacular para o filme. Para mostrar que o homem destrói tudo o que não entende.
Ray sempre brinca que ele foi o responsável pela destruição de Nova York, São Francisco e Washington.

A ação dos atores ao vivo foi gravada em Spelonga na costa da Itália, em Roma, na Galeria Borghese, no Coliseu, em torno do Rio Tibre e no Fórum Romano.
20 Milhões de Milhas da Terra foi uma homenagem que Ray fez a seu mestre Willis O’Brien e a King Kong.

Em 2007 Ray trabalhou com a Empresa Legend Films na restauração e colorização para criar uma versão colorida do filme. Essa versão foi lançada juntamente com a versão original em preto e branco como parte do lançamento da Edição de Aniversario de 50 anos do filme.




Dirigido por Nathan H. Juran
Produzido por Charles H. Schneer
Escrito por Bob Willians e Christopher Knopf
Estrelando Willian Hopper, Joan Taylor e Frank Pugila
Distribuido por Columbia Pictures
Lançado em Junho de 1957
Duração 82 minutos
Pais de origem EUA

Técnico de efeitos especiais Ray Harryhausen




domingo, 3 de junho de 2012

A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES


TERRA vs OS DISCOS VOADORES  Earth vs. The Flying Saucers

Columbia Pictures. Preto e branco. 83 minutos.
Lançado em 01 de Julho de 1956

É um filme de ficção cientifica baseado no romance de Donald E. Keyhoe com o titulo de Flying Saucers From Outer Space.
Charles Schneer guardava recortes de jornais que tinham matérias sobre discos voadores. Isso foi o que influenciou no projeto seguinte, um filme com discos voadores.
O visual dos discos foi baseado no que as pessoas costumavam ver, uma forma padrão de discos voadores em forma discóide.
Ray fez a animação com um movimento lento na rotação dos discos, para que as pessoas pudessem ver o movimento.
Foram feitos sete discos de vários tamanhos, todos feitos em alumínio pelo pai de Ray, que depois foram passados por um processo de anodização dando um acabamento mate para que não refletissem luz.
Ray não gostou muito do resultado, pois não gostou das roupas de látex dos extraterrestres no filme apesar de terem sido feitas com base nos seus próprios desenhos e classificou o filme entre os outros que fez com o ultimo lugar.
Em vez de desenhar os storyboards, Ray foi a Washington tirou varias fotos e depois usou as fotografias dos locais aonde teria a ação e fez desenhos sobre elas e montando como storyboards.
Depois enviou um cinegrafista para filmar as locações se baseando no seu storyboard de fotos.
Esse trabalho foi um desafio para Ray, pois nunca tinha animado maquinas como naves espaciais. Ele acabou fazendo coisas que normalmente não poderia e tomou isso como um desafio.

O incrível do trabalho de Ray foi o seu atrevimento, pois os ângulos, as idéias e os vôos dos discos eram geniais. Ele não tinha receio em mostrar os discos no filme.

Ray foi o responsável pelos efeitos especiais do filme e alem de animar os discos voadores ele também animou os escombros caindo quando os discos derrubavam os edifícios, fazendo a ação das cenas parecerem mais realistas. Se não destruísse nada o filme não funcionaria. Foi ai que teve a idéia de fazer a cena do disco se chocando na cúpula do Capitólio e a destruição do monumento a Washington.
Era para ter sido rodado com a câmera em alta velocidade para depois parecer que esta em slow motion.
O processo era Fazer o Calculo de escala vezes velocidade, pois tinham que filmar a maquete em high speed de rotação do filme e assim gravando mais frames, depois tocando em velocidade normal, ou seja gravando 120 quadros e tocando 24 quadros. se filmassem  uma pedra que é de isopor e tocassem em 24 quadros ela ficaria ridícula, ela ia cair e parecer um isopor normal, mas se gravassem em 60 quadros e tocassem a 24 quadros ela ganharia um peso absurdo e em maquete era a mesma coisa.
Assim criando a ilusão que os objetos leves têm o mesmo peso que os grandes ao caírem. Mas não havia orçamento para essas câmeras. Então Ray teve que animar toda a cena de destruição guadro a guadro. Quando um disco colide contra o Monumento a Washimgton cada pedaço de tijolo que cai tinha que ficar em um fio diferente enquanto o disco atravessava ele e o cortando em dois.

Vendo a cena da para se notar que alguém fez aquilo e que lutava para conseguir o reconhecimento.
E Ray conseguiu o reconhecimento.


O Filme

O Dr. Russell Marvin (Hugh Marlowe) trabalha para a operação SKYHOOK, um projeto de testes do governo que lança foguetes ao espaço para desenvolver futuros vôos de exploração ao espaço exterior.
Durante o trajeto através do deserto para ir a base Militar o Dr. Marvin e sua esposa Carol Marvin acabam sendo perseguidos por um disco voador e recebem uma mensagem no gravador.
Na base ele é informado que misteriosamente os foguetes ao serem lançados começam a desaparecer e dez satélites caíram de volta na terra. Isso acaba fazendo o Dr. Marvin começar uma investigação juntamente com sua mulher Carol (Joan tailor) e ao codificar a mensagem no gravador descobrem que os foguetes tem sido interceptados por uma frota de discos voadores, e que os alienígenas querem marcar uma reunião em Washington com os lideres da terra em 56 dias afim de decretarem uma invasão a Terra sem que a população entre em panico.
Nada é resolvido e os alienígenas dão um ultimato à humanidade, que todos na Terra sejam leais a eles ou todos morrerão.
O Dr. Marvin e sua mulher tentam encontrar uma maneira de impedir os invasores que começaram a destruir cidades antes que seja tarde demais. Ele desenvolve uma arma anti-magnetica que neutraliza os escudos de força dos discos e se torna a ultima esperança da raça humana contra os invasores hostis.

Produtor Executivo: Sam Katzman
Produtor: Charles H. Schneer e Sam Katzman
Direção: Fred F. Sears
Roteiro: George Worthing/ Raymond T. Marcus (Bernard Gordon)
Historia: Curt Siodmak e sugerido por Discos Voadores do Espaço Sideral pelo Major Donald E. Keyhoe
Diretor de fotografia: Fred Jackman Jr.
Diretor de Arte: Paul Palmentola
Editor: Danny D. Landres
Musica: Mischa Bakaleinikoff
Elenco: Hugh Marlowe, Joan Taylor, Donald Curtis, Morris Ankrum com a voz de Paul Frees

Credito na tela principal técnico de efeitos especiais Ray Harrryhausen

Todos os modelos dos Discos Voadores ainda existem